Em um mundo cada vez mais conectado, onde sensores IoT monitoram continuamente nossos ativos industriais, uma verdade permanece inabalável: nenhum sensor substitui o olhar atento, o ouvido treinado e o toque experiente de um profissional de manutenção.
Recentemente, acompanhei um caso revelador: uma indústria de processo contínuo, totalmente instrumentada com sensores de última geração, enfrentou uma parada inesperada.
Experiência
O que os sensores não detectaram, um operador experiente havia notado dias antes: uma sutil mudança no som do equipamento, um leve odor diferente, uma pequena vibração irregular.
Por que isso acontece?
- Sensores são programados para detectar parâmetros específicos;
- O ser humano integra múltiplos sentidos simultaneamente;
- A experiência permite correlacionar sintomas aparentemente não relacionados;
- A intuição desenvolvida ao longo dos anos não pode ser algoritimizada;
Os números não mentem:
- 40% das falhas precoces são primeiro detectadas por inspeção sensitiva;
- 35% das paradas não programadas apresentaram sinais perceptíveis aos sentidos humanos antes do alarme dos sensores;
- 55% dos diagnósticos precisos dependem da combinação de dados dos sensores com observações humanas;
Sinergia
A verdadeira revolução industrial 4.0 não está na substituição do humano pela máquina, mas na sinergia entre eles. O profissional de campo agora conta com dados precisos para confirmar suas percepções, enquanto os sistemas automatizados ganham o refinamento da experiência humana.
Como um veterano da manutenção diz: “O sensor me diz o que está acontecendo. Minha experiência me diz o que vai acontecer.”
É hora de reconhecermos: a presença humana no chão de fábrica não é apenas necessária – é fundamental. Sensores são nossos aliados, não nossos substitutos.
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